A arte românica, desenvolveu-se
desde o século XI até o início do século XIII, período caracterizado pela crise
do sistema feudal. No entanto, a Igreja ainda conservava grande poder e
influência, determinando a produção cultural e artística desse período, cuja
representação típica são as basílicas. A arte deste
período passa a ser encarada como uma extensão do serviço divino e uma oferenda
à divindade. Numa época em que poucas pessoas sabiam
ler, a Igreja recorria à pintura e à escultura para narrar histórias bíblicas
ou comunicar valores religiosos aos fiéis. Não podemos estudá-las desassociadas
da arquitetura.
As características mais significativas da arquitetura românica
são:
* abóbadas em substituição ao telhado das basílicas;
* pilares maciços que sustentavam
paredes espessas;
* aberturas raras e estreitas usadas como janelas;
* torres que aparecem no cruzamento das naves ou na fachada;
* arcos que são formados por 180 graus.
A primeira coisa que chama a atenção nas igrejas
românicas é o seu tamanho. Elas são sempre grandes e sólidas. Daí serem
chamadas: fortalezas de Deus. A explicação mais aceita para as formas
volumosas, estilizadas e duras dessas igrejas é o fato da arte românica não ser
fruto do gosto refinado da nobreza nem das idéias desenvolvidas nos centros
urbanos, é um estilo essencialmente clerical.
O termo “Românico” é uma referência às influências da
cultura do Império Romano, que havia dominado durante séculos quase toda a
Europa Ocidental, porém essa unidade já há muito havia sido rompida desde a
invasão dos povos bárbaros. Apesar de línguas e tradições diferenciadas nas
várias regiões europeias e da fragmentação do poder entre os senhores feudais,
o elemento religioso manteve a ideia de unidade na Europa e a arte Românica
reforça essa unidade. Esse foi ainda um período de início do desenvolvimento
comercial e de peregrinações, favorecendo a difusão dos novos modelos.
Durante a Idade Média os mosteiros tornaram-se os centros culturais da Europa,
onde a ciência, a arte e a literatura estavam centralizados.
Os monges beneditinos foram os primeiros a propor em suas construções as formas
originais do românico. Surge assim uma arquitetura abobadada, de paredes
sólidas e delicadas colunas terminadas em capitéis cúbicos. Os mosteiros eram
na verdade unidades independentes e dessa forma estruturaram-se segundo
necessidades particulares.
Foi, portanto, nas
igrejas que o estilo românico se desenvolveu em toda a sua plenitude. Eram os
próprios religiosos que comandavam as construções a partir do conhecimento
monástico. Suas formas básicas são facilmente identificáveis: a fachada é
formada por um corpo cúbico central, com duas torres de vários pavimentos nas
laterais, finalizadas por tetos em coifa. Nesse estilo destacam-se a abadia de Mont
Saint-Michel na França e a catedral de Speyer, na Alemanha.
Fonte: O Mundo da Arte, Enciclopédia das Artes Plásticas em Todos os Tempos - tiragem especial da ENCYCLOPAEDIA BRITANNICA.
Fonte: O Mundo da Arte, Enciclopédia das Artes Plásticas em Todos os Tempos - tiragem especial da ENCYCLOPAEDIA BRITANNICA.