4 de dezembro de 2012


FÉRIAS 
ARTE DEMAIS

EM JANEIRO



OFICINAS  DE 

ARTES PLÁSTICAS

 MÚSICA 

TEATRO





CRIANÇAS 5 A 10 ANOS – 2ª E 5ª
11 A 13 ANOS – 3ª E 6ª
14 ANOS EM DIANTE – 4ª E SÁBADO





TURNO MANHÃ: 9:00 ÀS 11:00 HORAS
TURNO TARDE: 15:00 ÀS 17:00



INSCRIÇÕES ABERTAS – RESERVE JÁ SUA VAGA


RUA ISALTINO POGG, 250 - PRADO, GRAVATÁ - PE
35333471/91015673

1 de dezembro de 2012

5º CHÁ, TORRADAS, MÚSICA E POESIA

Texto de abertura do evento, dia 28 passado:

Eleonora Fonseca e Don Tronxo




Boa noite, amigos
Esta noite vamos comemorar O MELHOR DA IDADE. Hoje muito se fala sobre a boa idade, a 3ª idade,   a melhor idade. Preferimos denominar nossa noite O MELHOR DA IDADE.
O que a idade terá de melhor?
Nossa civilização contemporânea, regida pelo capitalismo e por valores bem materialistas, nos leva a verificar uma dualidade em relação à população com mais de 60 anos: por um lado a vemos mais ativa, participativa na sociedade; por outro observamos que o respeito e a reverência que se tinha no passado aos  idosos, anda um pouco esquecida.
Vemos também que há uma certa recusa, talvez possamos até dizer repulsa, ao envelhecimento. E haja cremes, plásticas, tinturas, medicamentos, hormônios, para retardá-lo, para mascarar ou retirar, as marcas da existência. As rugas que falam dos sorrisos ou das lágrimas derramadas, dos sofrimentos, dúvidas ou surpresas vivenciadas em todos estes anos, estão sendo apagadas.
Um corpo é o registro do vivido, e mostra a beleza de cada idade. Por que querer negar a vida? Por que querer negar sua história?
Então, voltemos à nossa pergunta inicial: o que a idade tem de melhor?
Se nos identificamos com o corpo físico, provavelmente responderemos que o avanço da idade só nos traz limitações, doenças, rugas, cabelos brancos, em alguns os cabelos caem, ficam carecas, os dentes também caem...  Mas a  idade nos trará de melhor o que tivermos feito de nossa vida. Ou seja, nos dedicando ao crescimento pessoal, com certeza a idade nos entregará os frutos de nossa jornada. Transformará nossos impulsos e decisões  instintivas em reflexões, paciência, calma. Se antes não necessitávamos de óculos e hoje precisamos, nosso olhar porem passou de superficial ao profundo; nos tornamos capazes de ver o interior das pessoas à nossa volta.
Se levamos uma vida com sentido, se somos movidos por um ideal, o processo de envelhecimento não assusta, ele é apenas mais uma fase a ser vivida, tão boa e surpreendente como a infância, a adolescência, a juventude e a maturidade.
Cada fase da vida tem sua beleza  peculiar, é a melhor no seu próprio tempo, e devemos vivê-la intensamente.
O melhor da idade?
Para mim o melhor da idade, para quem efetivamente aproveita a sua idade, na realidade são 2 coisas: LIBERDADE E SABEDORIA
Liberdade porque nos permitimos SER, SER nós mesmos, aceitando nossas falhas, nossas qualidades, nossas limitações, nossas potencialidades, sendo capazes de rir  de nós mesmos.
Sabedoria porque nos acolhemos enquanto seres livres, nos amamos, vivendo a vida como ela é: uma caminhada de aprendizado rumo à luz e ao amor.



Zilda Monteiro Fonseca



O tema desta noite foi uma fusão de sugestões por parte de Paulo e de Alfredo, meu filho, que tinha em mente sua avó, minha mãe, ZILDA MONTEIRO FONSECA.
Pernambucana de Tejipió, valente,  guerreira, que ainda jovem ousou dialogar e questionar Agamenon Magalhães; que se atrevia a discutir política no Catete, lá no Rio de Janeiro;
Uma mulher de temperamento forte que era capaz de brigar na rua para defender os animais, capaz de enfrentar assaltantes; mas também era capaz de soltar sua voz de médio soprano, tocando seu violão nas noites de lua cheia, à beira mar.  Uma mulher que usava suas mãos para dar forma e vida á fria argila, que encaminhava seus pincéis e ferros de cravação nas bandejas florentinas e nos tripticos sacros, e em tantos outros materiais.
Uma mulher que também era contadora, funcionária pública do Ministério da Agricultura. Uma pesquisadora e historiadora que soube, por amor ao marido e à família, retardar seu sonho. Que apenas a partir dos 60 anos, já viúva e aposentada deixou-se SER, e encontrou-se com o mundo da informática, com a direção de um fusquinha, com a cadeira de membro do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco, com os jovens universitários que a procuravam e  amavam suas orientações e conversas.
Uma mulher que interrompe mais uma vez seu projeto pessoal  para concluir o livro de um amigo que partiu; e para escrever um livro onde rende o devido reconhecimento e homenagem ao Maestro Euclides Fonseca, avô do amor de sua vida, Emilio, meu pai.
Ela enfim prossegue suas pesquisas totalmente documentadas e aos 84 anos parte sem publicar seu livro, quase pronto, o livro que foi o ideal e a motivação de sua vida.
Mas o livro foi publicado, aqui está.






A você, minha mãe, ZILDA, cujo nome significa Guerreira, a ARTE DEMAIS agradece a semente que você plantou com seu exemplo de persistência e dedicação necessários à realização de um sonho.
E eu, Eleonora, sua filha, agradeço a oportunidade de ter nascido e ter sido criada em um lar onde a música, a literatura e a arte estavam presentes em todos os momentos.

26 de novembro de 2012

A Triste Partida



Um retrato da alma nordestina. Música de Luiz Gonzaga e Poema de Patativa do Assaré

24 de novembro de 2012


 


Antônio Gonçalves da Silva, nasceu em 5 de março de 1909, na cidade de Assaré (estado do Ceará). Foi um dos mais importantes representantes da cultura popular nordestina.





Dedicou sua vida a produção de cultura popular (voltada para o povo marginalizado e oprimido do sertão nordestino). Com uma linguagem simples, porém poética, destacou-se como compositor, improvisador e poeta. Produziu também literatura de cordel, porém nunca se considerou um cordelista.






“Não tenho sabença,

pois nunca estudei,

apenas eu sei

o meu nome assiná.

Meu pai, coitadinho,

vivia sem cobre

e o fio do pobre

não pode estudá”







“Sou filho das matas

cantor da mão grossa

trabalho na roça

deveras o destino.


A minha choupana

é tapada de barro,

só fumo cigarro

de palha de milho.


Meu verso rasteiro

singelo, sem graça

não entra na praça

no rico saloon


Meu verso só entra

no campo e na roça,

na pobre palhoça

da terra ao sertão.”






“Só canto o buliço

da vida apertada,

da lida pesada

das roças ou dos eito.

E as vez recordando

a feliz mocidade,

canto uma sodade

que mora em meu peito”





21 de novembro de 2012

Luiz Gonzaga




No dia 13 de Dezembro, uma sexta-feira, nasce, na fazenda Caiçara, terras do barão de Exu, o segundo dos nove filhos do casal Januário José dos Santos e Ana Batista de Jesus, que na pia batismal da matriz de Exu recebe o nome de Luiz (por ser o dia de Santa Luzia) Gonzaga (por sugestão do vigário) Nascimento (por ter nascido em dezembro, também mês de nascimento de Jesus Cristo).         



        


Luiz Gonzaga, com apenas 8 (oito) anos de idade substitui um sanfoneiro em festa tradicional na fazenda Caiçara, no Araripe, Exu, a pedido de amigos do pai. Canta e toca a noite inteira e, pela primeira vez, recebe o que hoje se chamaria cachê; o dinheiro - 20$000 (vinte mil réis) - "amolece" o espírito da mãe, que não o queria sanfoneiro. A partir daí, os convites para animar festas - ou sambas, como se dizia na época - tornam-se freqüentes. Antes mesmo de completar 16 anos, "Luiz de Januário", "Lula" ou Luiz Gonzaga já é nome conhecido no Araripe e em toda a redondeza, como Canoa Brava, Viração, Bodocó e Rancharia.

 


 
1926, início real de sua vida artística, quando tocou seu primeiro "samba" ganhando dinheiro. Começou também a estudar no grupo de escoteiros de um sargento da polícia do Rio de Janeiro chamado Aprígio.  Seu amigo Gilberto Ayres, filho do Cel. Ayres, o convenceu a mudar-se para a cidade, deixando o Araripe. Hospedaram-se na casa de Dona Vitalina e o amigo Gilberto foi seu primeiro empresário.
                   


 Em 1929 conhece Nazarena, por quem se apaixona e com quem namora às escondidas. Rejeitado pelo pai da moça, de família importante, vai tirar satisfações da desfeita armado com uma faquinha, após uns goles de cana. Leva uma surra de Santana, e foge de casa para o Crato, no Ceará, onde vende sua sanfoninha de 8 baixos.





Como outros artistas disputa a duras penas um lugar ao Sol. Toca todo tipo de música, de Blues a Fox Trotes; imita artistas famosos da época, como Manezinho Araújo, Augusto Calheiros e Antenógenes Silva. Começa a apresentar-se em programas de rádio, como calouro. Luiz Gonzaga modifica o seu repertório, pressionado por estudantes cearenses, e consegue tirar nota máxima no programa Calouros em desfile, de Ary Barroso, na Rádio Tupi, executando a música Vira e Mexe, um “xamego” (chorinho) lá do seu pé-de-serra. Pouco tempo depois vai trabalhar com Zé do Norte no programa A hora sertaneja, na Rádio Transmissora. Chega ao Rio seu irmão José Januário Gonzaga (Zé Gonzaga), fugindo da seca devastadora e trazendo um pedido de ajuda por parte de Santana. Zé Gonzaga passa a morar com o irmão.

 


Em 1945 consegue  então o que desejava. Grava seu primeiro disco tocando e cantando, a mazurca Dança Mariquinha, parceria com Miguel Lima, primeira gravação  com o dito e chama a atenção pelo timbre de voz e desenvoltura no cantar. Nesse mesmo ano, e ainda em parceria com Lima grava outros dois discos interpretando Penerô Xerém e Cortando Pano.
Querendo dar um rumo mais nordestino para suas composições, Gonzagão procura o maestro e compositor Lauro Maia, para que este coloque letras em suas melodias. Maia porém apresenta-lhe o cunhado, o advogado cearense Humberto Cavalcanti Teixeira, com quem Luiz Gonzaga viria a compor vários clássicos.


http://www.luizluagonzaga.mus.br/index.php