ARTE GÓTICA
O estilo
Gótico desenvolveu-se na Europa, principalmente na França, durante a Baixa
Idade Média e é identificado como a Arte das Catedrais. A partir do século XII
a França conheceu transformações importantes, caracterizadas pelo
desenvolvimento comercial e urbano e pela centralização política, elementos que
marcam o início da crise do sistema feudal. No entanto, o movimento da
arraigada cultura religiosa e o movimento cruzadista preservavam o papel da
Igreja na sociedade.
Enquanto a
Arte Românica tem um caráter religioso tomando os mosteiros como referência, a
Arte Gótica reflete o desenvolvimento das cidades. Porém deve-se entender o
desenvolvimento da época ainda preso à religiosidade, que nesse período se
transforma com a escolástica, contribuindo para o desenvolvimento racional das
ciências, tendo Deus como elemento supremo. Dessa maneira percebe uma renovação
das formas, caracterizada pela verticalidade e por maior exatidão em seus
traços, porém com o objetivo de expressar a harmonia divina.
O termo Gótico foi utilizado pelos italianos renascentistas, que consideravam a Idade Média como a idade das trevas, época de bárbaros, e como para eles os godos eram o povo bárbaro mais conhecido, utilizaram a expressão gótica para designar o que até então chamava-se “Arte Francesa ”.
ARQUITETURA
A arquitetura
foi a principal expressão da Arte Gótica e propagou-se por diversas regiões da
Europa, principalmente com as construções de imponentes igrejas. Apoiava-se nos
princípios de um forte simbolismo teológico, fruto do mais puro pensamento
escolástico: as paredes eram a base espiritual da Igreja, os pilares
representavam os santos, e os arcos eram os nervos - o caminho para Deus. Além
disso, nos vitrais pintados e decorados se ensinava ao povo, por meio da mágica
luminosidade de suas cores, as histórias e relatos contidos nas Sagradas
Escrituras.
Do ponto de vista material, a construção gótica, de modo geral, se diferenciou pela elevação e desmaterialização das paredes, assim como pela especial distribuição da luz no espaço. Tudo isso foi possível graças a duas das inovações arquitetônicas mais importantes desse período: o arco em ponta, responsável pela elevação vertical do edifício, e a abóbada cruzada, que veio permitir a cobertura de espaços quadrados, curvos ou irregulares. No entanto, ainda considera-se o arco de ogiva como a característica marcante deste estilo.
A primeira das
catedrais construídas em estilo gótico puro foi a de Saint-Denis, em Paris, e a
partir desta, dezenas de construções com as mesmas características serão
erguidas em toda a França. A construção de uma Catedral passou a representar a
grandeza da cidade, onde os recursos eram obtidos das mais variadas formas,
normalmente fruto das contribuições dos fiéis, tanto membros da burguesia como
das camadas populares; normalmente as obras duravam algumas décadas, algumas
mais de século.
ESCULTURA
A escultura gótica desenvolveu-se paralelamente à arquitetura das Igrejas e
está presente nas fachadas, tímpanos e portais das catedrais, que foram o
espaço ideal para sua realização. Caracterizou-se por um calculado naturalismo
que, mais do que as formas da realidade, procurou expressar a beleza ideal do
divino; no entanto a escultura pode ser vista como um complemento à
arquitetura, na medida em que a maior parte das obras foi desenvolvida
separadamente e depois colocadas no interior das Igrejas, não fazendo parte
necessariamente da estrutura arquitetônica.
A princípio as
estátuas eram alongadas e não possuíam qualquer movimento, com um acentuado
predomínio da verticalidade, o que praticamente as fazia desaparecer. A
rejeição à frontalidade é considerado um aspecto inovador e a rotação das
figuras passa a ideia de movimento, quebrando o rigorismo formal.
As figuras vão adquirindo naturalidade e dinamismo, as formas se tornam arredondadas, a expressão do rosto se acentua e aparecem as primeiras cenas de diálogo nos portais.
PINTURA
A
pintura gótica desenvolveu-se nos séculos XII, XIV e no início do século XV,
quando começou a ganhar novas características que prenunciam o Renascimento.
Sua principal particularidade foi a procura do realismo na representação dos
seres que compunham as obras pintadas.
A pintura teve um papel importante na arte gótica pois pretendeu transmitir não apenas as cenas tradicionais que marcam a religião, mas a leveza e a pureza da religiosidade, com o nítido objetivo de emocionar o expectador. Caracterizada pelo naturalismo e pelo simbolismo, utilizou-se principalmente de cores claras