Historicamente
o Cubismo originou-se na obra de Cézanne, pois para ele a pintura deveria
tratar as formas da natureza como se fossem cones, esferas e cilindros.
Entretanto, os cubistas foram mais longe do que Cézanne. Passaram a representar
os objetos com todas as suas partes num mesmo plano. É como se eles estivessem
abertos e apresentassem todos os seus lados no plano frontal em relação ao
espectador. Na verdade, essa atitude de decompor os objetos não tinha nenhum
compromisso de fidelidade com a aparência real das coisas.
O
pintor cubista tenta representar os objetos em três dimensões, numa superfície
plana, sob formas geométricas, com o predomínio de linhas retas. Não
representa, mas sugere a estrutura dos corpos ou objetos. Representa-os como se
movimentassem em torno deles, vendo-os sob todos os ângulos visuais, por cima e
por baixo, percebendo todos os planos e volumes.
Principais
características:
*
geometrização das formas e volumes;
* renúncia à perspectiva;
* o claro-escuro perde sua função;
* representação do volume colorido sobre superfícies planas;
* sensação de pintura escultórica;
* cores austeras, do branco ao negro passando pelo cinza, por um ocre apagado
ou um castanho suave.
O cubismo se divide
em duas fases:
Cubismo
Analítico -
caracterizado pela desestruturação da obra em todos os seus elementos.
Decompondo a obra em partes, o artista registra todos os seus elementos em
planos sucessivos e superpostos, procurando a visão total da figura,
examinado-a em todos os ângulos no mesmo instante, através da fragmentação
dela. Essa fragmentação dos seres foi tão grande, que se tornou impossível o
reconhecimento de qualquer figura nas pinturas cubistas.
Cubismo
Sintético -
reagindo à excessiva fragmentação dos objetos e à destruição de sua estrutura.
Basicamente, essa tendência procurou tornar as figuras novamente reconhecíveis.
Também chamado de Colagem porque introduz letras, palavras, números, pedaços de
madeira, vidro, metal e até objetos inteiros nas pinturas. Essa inovação pode
ser explicada pela intenção dos artistas em criar efeitos plásticos e de
ultrapassar os limites das sensações visuais que a pintura sugere, despertando
também no observador as sensações táteis.
Principais artistas:
Picasso - tendo vivido 92
anos e pintado desde muito jovem até próximo à sua morte passou por diversas
fases. Entretanto, são mais nítidas a fase azul, que representa a tristeza e a
melancolia dos mais pobres, e a fase rosa em que pinta acrobatas e arlequins.
Depois de descobrir a arte africana e compreender que o artista negro não pinta
ou esculpe de acordo com a tendência de um determinado movimento estético, mas
com uma liberdade muito maior, Picasso desenvolveu uma verdadeira revolução na
arte. Em 1907, com a obra Les Demoiselles d’Avignon começa a elaborar a
estética cubista que, como vimos anteriormente, se fundamenta na destruição de
harmonia clássica das figuras e na decomposição da realidade.
Podemos destacar, também o mural Guernica que representa, com veemente
indignação, o bombardeio da cidade espanhola de Guernica, responsável pela
morte de grande parte da população civil formada por crianças, mulheres e
trabalhadores, durante a Guerra Espanhola.
Outra obra destacada: O Poeta.
Braque - um artista que
passou pela fase do cubismo analítico e sintético. Obra destacada: Mulher com
Violão.
Dos
artistas brasileiros destacamos:
Tarsila
do Amaral -
apesar de não ter exposto na Semana de 22, colaborou decisivamente para o
desenvolvimento da arte moderna brasileira, pois produziu uma obra indicadora
de novos rumos. Em 1928 deu início a uma fase chamada antropofágica. A ela
pertence a tela Abaporu cujo nome, segundo a artista é de origem indígena e
significa “antropófago”. Também usou de temática social nos seus quadros como
na tela Operários.
Rego
Monteiro
- um dos primeiros artistas brasileiros a realizar uma obra dentro da estética
cubista. Estudou em Paris, depois da Semana de Arte Moderna, sua vida
alternou-se entre a França e o Brasil. Foi reconhecido também naquele país, tem
seus quadros dentro do acervo de alguns importantes museus.
Obra destacada: Pietà.