20 de junho de 2011

Michelangelo - Leonardo da Vinci




Michelangelo chega a Roma em junho de 1496. Esculpe o Cupido Adormecido, o Baco Ébrio, o Adônis Agonizante e outros trabalhos de inspiração clássica. Enquanto isso, em Florença, o monge fanático manda queimar obras de arte e livros, anatematizados como coisas do demônio.
                O furor moralista do profeta florentino, porém, não dura muito tempo. Em 1498, Savanarola é queimado em praça pública por heresia. Florença fervilha em revoltas. Em seu silêncio romano, Michelangelo esculpe a Pietà inovando a imagem da virgem, apresentada por ele com flagrante juventude, muito diferente do desespero das madonas ípicas de Donatello (1386 – 1466) ou Botticelli. São três anos de trabalho, com a saúde se alterando, sem dinheiro e atormentado pela família. Michelangelo precisará de mais alguns anos para esculpir o  colossal David, de Florença.
                Colocada em praça pública, num local determinado por Leonardo da Vinci, Filippo Lippi (1406 – 1469), Botticelli e Perugino (1445 – 1523), a colossal estátua traumatiza  a população que, à noite, por várias vezes a apedreja. Foi necessário colocar uma guarda de vigilância para protegê-la.
                Para Michelangelo, porém, foi a consagração definitiva. Vive em Florença um período de calma. Sob os céus florentinos estão os dois maiores gênios da Renascença: Michelangelo Buonarroti e Leonardo da Vinci se cruzam, mas não se toleram. A animosidade, porém, não é bastante para impedir que se defrontem. Ambos são contratados para decorar a sala do Conselho, no Palácio da Senhoria. De um lado, Leonardo pintará a Batalha de Anghiari, quando as tropas florentinas se impuseram às milanesas. De ouro lado, Michelangelo estará pintando a Batalha de Cascina. Ambos não chegaram a concluir seus trabalhos. A história não permitiu que os dois artistas se medissem em paralelo tão imediato: Leonardo abandonou sua obra em 1506, frustrado com o fracasso das novas técnicas que procurou desenvolver para o afrresco; Michelangelo não conseguiu ir além do esboço da encomenda.
                São dessa época dois baixos-relevos circulares, a Madona e o Menino, como também a primeira pintura que se conhece de Michelangelo, o famoso tondo (pintura circular) A Sagrada Família , pintado nos anos de 1503/04. As formas e as cores dessa tela fizeram com que, posteriormente, os críticos a definissem como obra precursora do Maneirismo.

fonte: Mestres da Pintura, Abril Cultural