11 de junho de 2011

MICHELANGELO e o aprendizado com Ghirlandaio



Michelangelo Buonarroti, filho de uma família burguesa florentina, nasceu a 6 de março de 1475, em Caprese, província florentina. Seu pai, Ludovico di Leonardo Buonarroti Simoni, era homem de posses, patriarca violento, “temente a Deus”. A mãe, Francesca di Neri di Miniato Del Sera, morrreu quando Michelangelo tinha seis anos. Eram cinco irmãos: Lionardo, Michelangelo, Buonarroti, Giovani Simoni e Sigismundo. Com a morte da mãe e o segundo casamento do pai, Michelangelo foi entregue aos cuidados de uma ama, sendo encaminhado à escola ainda muito jovem. No colégio, enchia os cadernos de exercícios com  desenhos, totalmente desinteressado das lições sobre as outras matérias.
As primeiras manifestações artísticas do pequeno Michelangelo não foram vistas com bons olhos pela família. Não obstante, contra a vontade do pai, aos treze anos ingressou como aprendiz no atelier do famoso pintor Domenico Ghirlandaio (1449 – 1494)
O jovem discípulo, já em seus primeiros trabalhos mostra-se capaz de superar o mestre. Além disso, considera a pintura uma arte limitada: busca uma expressão mais ampla e monumental. Assim, não passa mais que um ano com Ghirlandaio, sendo levado a freqüentar a escola de escultura dirigida por Bertoldo di Giovanni (1420 - !491) e sustentada por Lourenço de Medici.
Nos jardins de São Marcos, local onde ficava a escola de Lourenço de Medici, Michelangelo vive em pleno ambiente físico e cultural do Renascimento italiano. A atmosfera, poética e erudita, evoca a magnificência da Grécia Antiga, seu ideal de beleza – baseado no equilíbrio das formas – sua concepção de mundo – a filosofia de Platão. Voltando seus sentimentos para os modelos gregos, produz os primeiros trabalhos em mármore: O Combate dos Centauros e dos Lápitas, a Máscara do Fauno Rindo e o baixo relevo A Madona na Escada. O artista conquista a atenção pessoal de Lourenço, freqüenta-lhe a mesa, faz-se amigo de seu protetor.

Em 1490, Michelangelo tem quinze anos. É o ano em que Savonarola, o monge dominicano, começa a conquistar o apoio da cidade, com suas pregações fanáticas. O anúncio de que a ira de Deus em breve desceria sobre a cidade atemoriza o jovem artista: sonhos e terrores apocalípticos povoam suas noites. Lourenço, o Magnífico, morre em 1492. Michelangelo deixa a corte, voltando à casa paterna. Logo depois, Pedro, filho de Lourenço, contrata-lhe os serviços. Esculpe em mármore um colossal Hércules, estátua que, após passar por várias mãos, ficou em Fontainebleau por ordem de Francisco I, rei da França, até desaparecer misteriosamente no século XVII.
Em 1494, com a revolução que colocou Savonarola como chefe da República florentina, Michelangelo vê-se obrigado a fugir para Veneza. Longe do caos em que se convertera a aristocrática cidade dos Medicis, o jovem artista se acalma. Passa o inverno em Bolonha, onde o torpor da fé e do fanatismo não o atingem. Lê Dante (1265 – 1321), Boccaccio (1313 - !375), Petrarca (1304 – 1374).  É o mais pagão dos artistas.

Fonte: Mestres da Pintura, Abril Cultural