20 de novembro de 2012

Nelson Rodrigues




Nelson Falcão Rodrigues nasceu no Recife, em 23 de agosto de 1912, o quinto filho de uma família de catorze. Quando tinha três anos, seu pai, Mário Rodrigues, foi tentar a sorte no Rio de Janeiro, capital da República. O combinado era que tão logo encontrasse trabalho, chamava a família para ir a seu encontro. Maria Esther, sua esposa, não agüentou esperar. Em 1916, empenhou as jóias e mandou um telegrama para o marido, já avisando do embarque naquele mesmo dia. Nelson conta, nas "Memórias" publicadas no "Correio da Manhã", que se não fosse a atitude da mãe, o pai jamais teria permanecido no Rio. 





O teatro surge em 1941, quando estréia "A Mulher Sem Pecado". A grande aclamação de Nelson, contudo, será com a encenação de "Vestido de Noiva", dirigida por Ziembinski, marco do teatro brasileiro moderno. Nunca se vira nada semelhante no país, público e crítica foram unânimes perante o ineditismo do espetáculo. Apesar das polêmicas sobre obras posteriores e problemas enfrentados com a censura, o valor dramático de Nelson foi reconhecido de imediato por grande parte dos diretores, atores e críticos da época.



Com uma capacidade de trabalho invejável, Nelson ainda fez história na televisão brasileira. Participou de mesas-redondas, com comentaristas como Luis Mendes e João Saldanha; fez "A Cabra Vadia", no qual pessoas de destaque eram entrevistadas por Nelson com a presença, no estúdio, de uma cabra viva; foi pioneiro na teledramaturgia brasileira, ao escrever, para a TV Rio, a novela "A Morta Sem Espelho".







Enquanto esteve vivo, acompanhou a adaptação de sua obra para o cinema e chegou a colaborar com o roteiro de "A Dama do Lotação", de Neville D’Almeida, "Bonitinha, mas ordinária" e "Álbum de Família", de Braz Chediak. Escreveu, também, os diálogos para dois filmes: "Somos Dois", de Milton Rodrigues, e "Como ganhar na loteria sem perder a esportiva", de J. B. Tanko.



Stella Rodrigues e Maria Clara Rodrigues contam que, no final da vida, Nelson estava bastante debilitado e sofria muito. Depois de um aneurisma na aorta, foi operado três vezes. Seu estado era agravado pelo fato de nunca ter tido uma saúde invejável. Nelson Rodrigues morreu no dia 21 de dezembro de 1980. Foi enterrado com a bandeira do Fluminense. Deixou seis filhos: Jofre, Nelson, Maria Lucia, Paulo César, Sonia e Daniela.





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