26 de fevereiro de 2010

OUTROS BLOGS

Criei mais dois blogs: PSICOLOGIA e COLCHA DE RETALHOS.
O ARTE DEMAIS ficará inteiramente dedicado a questões artísticas.
PSICOLOGIA será um local de reflexões, estudo e divulgação de trabalhos realacionados à área.

No COLCHA DE RETALHOS me permito um espaço de livre expressão, onde poderemos divagar à vontade.
Aguardo a participação de todos, inclusive com envio de textos.

Manterei no ARTE DEMAIS as postagens referentes à ARTE e as que possuem algum comentário, mesmo que fora do tema.

As demais postagens serão encaminhadas para os outros blogs.

Agradeço a compreensão dos amigos.

24 de fevereiro de 2010

Mandela


Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.


Nelson Mandela

ORAÇÃO À MÃE TERRA



















Oração à Mãe Terra

“Abençoado seja o Filho da Luz que conhece sua Mãe Terra
Pois é ela a doadora da vida.
Saibas que a sua Mãe Terra está em ti e tu estás Nela.
Foi Ela quem te gerou e que te deu a vida
E te deu este corpo que um dia tu lhe devolvas.

Saibas que o sangue que corre nas tuas veias
Nasceu do sangue da tua Mãe Terra,
O sangue Dela cai das nuvens, jorra do ventre Dela
Borbulha nos riachos das montanhas
Flui abundantemente nos rios das planícies.

Saibas que o ar que respiras nasce da respiração da tua Mãe Terra,
O alento Dela é o azul celeste das alturas do céu
E os sussurros das folhas da floresta.

Saibas que a dureza dos teus ossos foi criada dos ossos de tua Mãe Terra.
Saibas que a maciez da tua carne nasceu da carne de tua Mãe Terra.
A luz dos teus olhos, o alcance dos teus ouvidos
Nasceram das cores e dos sons da tua Mãe Terra

Que te rodeiam feito às ondas do mar cercando o peixinho.

21 de fevereiro de 2010

CONTOS DE FADAS


Etmologicamente a palavra fada, vem do latim fatum – destino, fatalidade, oráculo. Os contos de Fadas são, assim, os contos do destino e da vida.
Desde sempre o homem vem sendo seduzido pelas narrativas que, de maneira simbólica ou realista, direta ou indireta, falam da vida a ser vivida ou da própria condição humana.
Os contos representam uma das expressões mais significativas da ânsia permanente de saber e ter domínio sobre a vida que caracteriza o homem de todas as épocas.
 Suas raízes ou fontes geradoras têm origem universal estando presentes em textos que nasceram séculos antes de Cristo, na Índia, no Egito, na Palestina, na Grécia, no Império Romano, na Pérsia, Turquia e Arábia.
Nos contos de fadas o sagrado e o profano, o trágico e o humorístico se encontram; seres estranhos, bruxas, fadas, dragões, varinhas de condão, castelos e reinos enfeitiçados, existem fora da lógica real do tempo.
  “Era uma vez......num reino encantado...... e viveram felizes para sempre....” 
Quando?
Aonde? 
Não perguntamos. Apenas entramos neste tempo e neste espaço indeterminados e recriamos as imagens descritas de forma simples e precisa. Nos contos de fadas tempo e espaço não se submetem à nossa concepção, de tempo linear, regida pela física clássica.
O tempo narrativo pode ser retardador, cíclico ou imóvel; - na Bela adormecida o tempo aparece imóvel, tudo dorme “até mesmo os espetos no fogo cheios de perdizes e faisões, haviam adormecido, e bem assim o fogo”. (Perrault) – Sheherazade conta uma história na qual se conta uma história, na qual se conta outra história, assim por diante, num tempo interminável. Encadeando uma história na outra, interrompendo-a em dado momento, salva sua vida.
Muitos contos trazem a repetição, obstáculos a serem superados, que se constituem num grande prazer para as crianças que ficam à espera destas situações, frases ou fórmulas.
Ítalo Calvino apreciava os Contos de Fadas e populares por seu estilo e estrutura: negligenciam detalhes inúteis, são econômicos, possuem ritmo e lógica. É sempre uma luta contra o tempo, contra os obstáculos que impedem ou retardam a realização de um desejo. O segredo da narrativa, então, encontra-se no ritmo, na continuidade e descontinuidade do tempo.
Segundo Regina Pinheiro a fantasia vivida por uma criança em um conto de fadas é essencial para uma evolução saudável de seu psiquismo, pois através deles poderá construir relações mais interativas com a sociedade e enriquecerá seu imaginário.
Assim, o conto tem além de funções lúdicas e pedagógicas, uma função terapêutica por facilitar o encontro de uma solução para conflitos internos, através da contemplação dos conteúdos e mensagens sugeridas pelas histórias escolhidas. No conto há espaço para a fantasia e para identificações que cada um possa realizar para si, a partir dos elementos que a história revela sobre a natureza humana.
O conto contado vem perdendo muito espaço em nossos dias. A falta de tempo dos pais, a pouca convivência com as avós, vem retirando das crianças o encontro com o “contador de histórias”. As escolas, dentro de sua função educativa, incentivam o acesso ao livro, portanto as histórias, via de regra, não são contadas, mas lidas. Entretanto, principalmente para os menores – 02 a 06 anos – deveria haver um empenho em resgatar a história contada com o objetivo de estabelecer a relação inicial com a palavra oral – homem/homem. As fitas, cds, os vídeos e os livros não substituem as sensações, imagens e fantasias despertadas pela voz e expressões corporais e faciais do contador de histórias.

VAMOS CONTAR HISTÓRIAS?
Era uma vez.......

 Será que é suficiente no mundo das imagens prontas, apenas narrar histórias? Não será necessário gostar do mundo de faz de conta e acreditar na importância dos contos?
 Para contar contos é preciso sensibilidade para cativar a “platéia”, criatividade, habilidade para improvisar, imaginação, observação e boa percepção para a escolha das histórias e dos recursos a serem utilizados.
Cada contador definirá o seu estilo. Há os que apenas utilizam os recursos vocais, os gestos e as expressões faciais; outros acrescentam recursos externos – instrumentos musicais, fantasias, máscaras, fantoches, cenários. Tudo é válido desde que se tenha em mente os objetivos a serem alcançados de acordo com a faixa etária a que se destinam.
De qualquer forma é muito importante o estabelecimento de uma rotina, de uma ritualização para a hora da história, principalmente porque as crianças de nossos dias desaprenderam a simplesmente ouvir histórias. Nosso objetivo inicial é ir retirando-as aos poucos do mundo visual, pronto, explícito, para introduzí-las pela voz humana, no mundo da imaginação, da criação de suas próprias imagens sobre o que está sendo contado. Com o tempo as interrupções, a falta de concentração, o desinteresse, a “bagunça”, darão lugar à atenção, harmonia e silêncio que os contos propiciam.

·        VOZ
Instrumento de onde se retira o ritmo da história. Buscar a “melodia” implícita na voz, evitando mantê-la presa a uma única modulação, principalmente quando perceber que está começando a haver dispersão. A manutenção de um padrão modular da voz muitas vezes leva ao sono – se monótona – ou à dispersão e inquietação se agitada. A voz também é responsável pela transmissão dos sentimentos e emoções contidas na história; se o contador não se identifica com os conteúdos da história, se não a sente, não passará veracidade para as crianças que são altamente perceptivas em relação ao interior do adulto.
·        CORPO
Procurar manter uma boa expressão corporal, (não esquecer mãos e rosto) evitando excessos. O objetivo é uma gesticulação expressiva.
·        MOVIMENTO
Os contos podem e devem também ser apresentados em movimento, quando todos imitarão os gestos do contador de histórias. Esta forma de contar contos também é ótima para poesias e versinhos. Aqui, mais do que em qualquer outro lugar, o ritmo estará presente.

O defeito do narrador encontra-se na ofensa ao ritmo, na expressão não apropriada dos personagens e da ação.

O segredo não está na mão do contador, mas na possibilidade de mexer com a imaginação.

Texto elaborado por Eleonora Fonseca Vieira para uso no curso Conta um Conto!, realizado no Centro de Pesquisa em Psicanálise e Linguagem – CPPL, dirigido a professores da rede particular de ensino, no ano de 2000.

Bibliografia utilizada:
Ângela Philipinni, Revista Diálogo Médico
Rachel Barda, Revista Educação 56 – 2000
Ítalo Calvino, Seis Propostas para o próximo milênio.

20 de fevereiro de 2010

MODELAGEM

         












 A modelagem em argila é o maior representante artístico das tradições culturais de um povo. O barro pode ser considerado como o material mais primitivo que conhecemos, A bíblia nos conta que Deus fez o homem a partir do barro: “ O Senhor Deus formou pois, o homem do barro da terra...” (Gênesis)
O barro propicia uma vivência do primitivo; o toque e o seu manuseio trazem uma sensação acolhedora de maleabilidade já que vai moldando-se conforme a sua vontade. Também há uma resposta do material frente ao toque pois o barro, na medida em que vai sendo trabalhado, absorve a temperatura da pessoa, mudando assim, sua temperatura inicial.
A argila é fria, maleável, faz sujeira mas torna-se atraente em qualquer idade. Oferece experiência tátil, e cinestésica favorecendo crianças com problemas motores e perceptuais. Como é capaz de transformar-se através da manipulação, seja amassando, esticando, espremendo, ou socando, tem uma qualidade sensual que faz uma ponte entre sentidos e sentimentos.
O trabalho com a argila pode ser sempre refeito, consertado, enquanto ainda úmido, contribuindo para o desenvolvimento da auto estima e auto confiança. É matéria viva, alimentadora da fantasia criadora e incentivadora do espírito criador.
No trabalho de modelagem o corpo inteiro participa, a mão complementar torna-se também ativa e estimulamos diversos sentidos. O mais óbvio é o tato, mas a argila e outros materiais modeláveis, despertam o sentido visual, térmico, o sentido do equilíbrio e o sentido cinestésico. Pode-se trabalhar com crianças maiores noções de volume, temperatura, simetria, bem como o equilíbrio e o movimento. Ao plasmar novas formas com as mãos através da modelagem, espelhamos nossa noção de esquema corporal e podemos inclusive, pelo trabalho sistemático de modelagem, interferir e modificar este esquema, “sabendo” do corpo, criando um novo corpo. Sara Paim, falando da modelagem afirma; “um corpo que faz outro corpo”.
Ao “brincar” de modelar, vivenciamos formas, volumes, cheio/vazio, dentro/fora. Criamos texturas, superfícies lisas. Brincamos com a geometria e desenvolvemos a percepção espacial do mundo, bem como noções de orientação, direção, proporção.
A argila promove a manifestação ativa dos processos internos mais primários porque proporciona fluidez entre material e manipulador, como nenhum outro. Através dela tem-se uma sensação de controle e domínio sobre aquilo que se produz, podendo-se remanejar, construindo e desmanchando os objetos, sem regras específicas e definidas para o seu uso. Não se comete erro ao trabalhar com argila. É fácil.
Na maioria das vezes a argila é bem aceita, porém ocasionalmente uma criança (ou adulto) pode mostrar-se receosa da massa molhada e “suja”, fato que por si só já conta ao terapeuta muito sobre aquela criança.
Geralmente as criações - expressões são nomeadas, facilmente surgem fantasias acerca delas proporcionando uma dramatização ou o desenrolar de pequenas cenas que dizem da vida, da história e dos sonhos dos pacientes.
A atividade de modelagem de esculturas possibilita a criação de formas no espaço, sem excluir a vivência do plano. 

Texto elaborado para o Projeto Cores Formas Gestos e Sons

12 de fevereiro de 2010

ISHTAR

Mirella Faur

Amplamente cultuada na antiguidade, conhecida sob vários nomes e títulos em diferentes países, Ishtar era uma deusa lunar, uma das manifestações de Magna Dea, a Grande Mãe do Oriente e uma versão mais tardia e complexa da deusa suméria Inanna. Foi venerada como Astarte em Canaã, Star na Mesopotâmia, Astar e Star na Arábia, Estar na Abissínia, Stargatis na Síria, Astarte na Grécia. No Egito sua equivalente era Ísis, cujo culto espalhou-se até a Grécia e Roma, florescendo até os primeiros séculos da era cristã.

Ishtar personificava a força criadora e destruidora da vida, representada pelas fases da Lua, crescente e a cheia que favorecem o desenvolvimento e a expansão, a minguante e a negra que enfraquecem e finalizam os ciclos anteriores. Como Deusa da fertilidade ela dava o poder de reprodução e crescimento aos campos, aos animais e aos seres humanos. Foi nesta qualidade que se tornou a Deusa do Amor, que teria descido do planeta Vênus, acompanhada de seu séqüito de sacerdotisas Ishtaritu que ensinaram aos homens a sublime arte do êxtase: sensorial e espiritual.

Como rainha do céu era a regente das estrelas, pois ela mesma tinha vindo de uma estrela que brilhava no amanhecer e no entardecer e era o ponto central de seu culto. As constelações zodiacais eram conhecidas pelos antigos como o “cinturão de Ishtar” e era ela quem percorria o céu todas as noites em uma carruagem puxada por leões, controlando o movimento dos astros e as mudanças do tempo. Muitos eram os títulos que lhe foram atribuídos – “Mãe dos Deuses, A Brilhante, Criadora da Vida, Condutora da Humanidade, Guardiã das Leis e da Ordem, Luz do Céu, Senhora da Luta e da Vitória, Produtora de Sementes, Senhora das Montanhas, Rainha da Terra”.

As suas representações a mostram como a mãe que segura os seios fartos, a virgem guerreira, a insinuante sedutora, a sábia conselheira, a juíza imparcial. Mas Ishtar tinha também um aspecto escuro, que surgia quando ela descia ao mundo subterrâneo e uma época de terrível depressão e desespero caia sobre a terra. Na sua ausência, nada podia ser concebido, nenhum ser podia procriar, a Natureza inteira mergulhava na inércia e inação, chorando por sua volta. Era então chamada de “Mãe Terrível, Deusa da Tempestade e da Guerra, Destruidora da vida, Senhora dos Terrores Noturnos e dos Medos”. Porém, era nessa manifestação que ela podia ensinar os mistérios, revelar as coisas ocultas, propiciar presságios e sonhos, permitir o uso da magia, o alcance da sabedoria e a compreensão dos ciclos da vida e da natureza.

Em suas formas variadas e mutantes Ishtar desempenha as múltiplas possibilidades da essência feminina, sendo a personificação do princípio feminino – seja o da natureza Yin, seja o da anima. Nas celebrações de lua cheia dedicada ao seu culto (chamadas Shapattu) as mulheres da Babilônia, Suméria, Anatólia, Mesopotâmia e Levante levavam oferendas de velas, flores, perfumes, mel e vinho para seus templos, cantavam-lhe hinos, dançavam em sua homenagem e invocavam suas bênçãos para suas vidas, suas famílias e sua comunidade.

11 de fevereiro de 2010

...pois a vida fica melhor assim,
quando dela tiramos a moldura
permitindo que se estenda a pintura
do interior do nosso ser sem fim

9 de fevereiro de 2010

No amor, na arte, na música e no saber encontramos a marca do nosso tempo. 
Ainda lutando, tentando vencer, conquistando o direito à liberdade.
o real valor de nossa liberdade
não se encontra no espaço aberto
mas se prende leve ao pensamento
e se mostra solto na verdade