26 de março de 2013

IMPRESSIONISMO



O Impressionismo foi um movimento artístico que revolucionou profundamente a pintura e deu início às grandes tendências da arte do século XX. Havia algumas considerações gerais, muito mais práticas do que teóricas, que os artistas seguiam em seus procedimentos técnicos para obter os resultados que caracterizaram a pintura impressionista.


Renoir - Au bord de la mer - 1883


Principais Características:

* A pintura deve registrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz solar num determinado momento, pois as cores da natureza se modificam constantemente, dependendo da incidência da luz do sol.

* As figuras não devem ter contornos nítidos, pois a linha é uma abstração do ser humano para representar imagens.

* As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual que nos causam, e não escuras ou pretas, como os pintores costumavam representá-las no passado.

* Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores complementares. Assim, um amarelo próximo a um violeta produz uma impressão de luz e de sombra muito mais real do que o claro-escuro tão valorizado pelos pintores barrocos.

* As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura das tintas na paleta do pintor. Pelo contrário, devem ser puras e dissociadas nos quadros em pequenas pinceladas. É o observador que, ao admirar a pintura, combina as várias cores, obtendo o resultado final. A mistura deixa, portanto, de ser técnica para se óptica. 


A primeira vez que o público teve contato com a obra dos impressionistas foi numa exposição coletiva realizada em Paris, em abril de 1874. Mas o público e a crítica reagiram muito mal ao novo movimento, pois ainda se mantinham fiéis aos princípios acadêmicos da pintura.

Degas - Dancarinas em Rosa



Pintores Impressionistas:

Monet, Degas, Morisot, Renoir, Cassatt, Turner,Caillebotte, Boldini, Van Gogh


Claude Monet - The White Water LiliesClaude Monet - The White Water Lilies


Leia mais em: http://www.maguetas.com.br/impressionismo.php

25 de março de 2013

NEOCLASSICISMO - REALISMO


NEOCLASSICISMO


A pintura desse período foi inspirada principalmente na escultura clássica grega e na pintura renascentista italiana, sobretudo em Rafael, mestre inegável do equilíbrio da composição.

Características da pintura:


* Formalismo na composição, refletindo racionalismo dominante.
* Exatidão nos contornos
* Harmonia do colorido




REALISMO
Entre 1850 e 1900 surge nas artes européias, sobretudo na pintura francesa, uma nova tendência estética chamada Realismo, que se desenvolveu ao lado da crescente industrialização das sociedades. O homem europeu, que tinha aprendido a utilizar o conhecimento científico e a técnica para interpretar e dominar a natureza, convenceu-se de que precisava ser realista, inclusive em suas criações artísticas, deixando de lado as visões subjetivas e emotivas da realidade.


São características gerais:

* o cientificismo
* a valorização do objeto
* o sóbrio e o minucioso
* a expressão da realidade e dos aspectos descritivos


 
Os arquitetos e engenheiros procuram responder adequadamente às novas necessidades urbanas, criadas pela industrialização. As cidades não exigem mais ricos palácios e templos. Elas precisam de fábricas, estações ferroviárias, armazéns, lojas, bibliotecas, escolas, hospitais e moradias, tanto para os operários quanto para a nova burguesia.

Em 1889, Gustavo Eiffel levanta, em Paris, a Torre Eiffel, hoje logotipo da "Cidade Luz".

Auguste Rodin - não se preocupou com a idealização da realidade. Ao contrário, procurou recriar os seres tais como eles são. Além disso, os escultores preferiam os temas contemporâneos, assumindo muitas vezes uma intenção política em suas obras. Sua característica principal é a fixação do momento significativo de um gesto humano.

Obras destacadas: Balzac, Os Burgueses de Calais, O Beijo e O Pensador.

Características da pintura;

* Representação da realidade com a mesma objetividade com que um cientista estuda um fenômeno da natureza.
* Ao artista não cabe "melhorar" artisticamente a natureza, pois a beleza está na realidade tal qual ela é.
* Revelação dos aspectos mais característicos e expressivos da realidade
Temas da pintura:
* Politização
* Pintura social denunciando as injustiças e as imensas desigualdades entre a miséria dos trabalhadores e a opulência da burguesia. 






Na era barroca, são encontradas grandes diversidades nas produções dos artistas da época, diversidades estas que surgem tanto em nível de estilo pessoal quanto em termos de nacionalidade da produção. No entanto, algumas características são constantes: o jogo de luz e sombra, o que na verdade representou o espírito do homem da época da contra-reforma. 

No Século 18, surge um novo foco dispersor das tendências artísticas na Europa. A França, mais precisamente Paris, passou a ser o centro das atividades artísticas. O barroco abriu caminho para o estilo de caráter eminentemente decorativo; o estilo hoje chamado rococó. Este estilo foi se encaminhando cada vez mais para a mera frivolidade decorativa.

Nesse meio tempo, surgiam pintores que, inspirados pela Revolução Francesa, fundaram as bases para o romantismo e o neoclassicismo. Tal período artístico deu-se no final do Século 18. O Romantismo caracterizou-se basicamente pela representação mais subjetiva e emocional da realidade, incluindo a reapresentação de visões pessoais. 
O escritor e gravador William Blake explorou o mundo da imaginação mítica, enquanto Eugene Delacroix buscou a representação do imaginário exótico das terras distantes, assim como do poder primitivo dos animais e de imagens veiculadas à tragédia. Já o espanhol Francisco de Goya buscava explorar a face destrutiva e obscura da natureza humana.

Com o Século 19, surgiram novos ideais estéticos e artísticos. A obra de arte passou a ser encarada como instrumento de denúncia da realidade social, desafiando a estética subjetiva romântica com a representação de caráter eminentemente objetivo. Um dos primeiros representantes dessa nova perspectiva artística na pintura francesa foi Gustave Coubert, cuja obra é marcada pela constante representação de figuras de extração popular. A concepção artística assumiu uma postura de preocupação com o desmascaramento dos fatos sociais.


22 de março de 2013

ROCOCÓ



Rococó é o estilo artístico que surgiu na França como desdobramento do barroco, mais leve e intimista que aquele e usado inicialmente em decoração de interiores.
Desenvolveu-se na Europa do século XVIII, e da arquitetura disseminou-se para todas as artes. Vigoroso até o advento da reação neoclássica, por volta de 1770, difundiu-se principalmente na parte católica da Alemanha, na Prússia e em Portugal.
Os temas utilizados eram cenas eróticas ou galantes da vida cortesã  e da mitologia, pastorais, alusões ao teatro italiano da época, motivos religiosos e farta estilização naturalista do mundo vegetal em ornatos e molduras.

Principais características da pintura:

* retorno ao passado, pela imitação dos modelos antigos greco-latinos;
* academicismo nos temas e nas técnicas, isto é, sujeição aos modelos e às regras ensinadas nas escolas ou academias de belas-artes;
* arte entendida como imitação da natureza, num verdadeiro culto à teoria de Aristóteles.


Na era barroca, são encontradas grandes diversidades nas produções dos artistas da época, diversidades estas que surgem tanto em nível de estilo pessoal quanto em termos de nacionalidade da produção. No entanto, algumas características são constantes: o jogo de luz e sombra, o que na verdade representou o espírito do homem da época da contra-reforma. 
No Século 18, surge um novo foco dispersor das tendências artísticas na Europa. A França, mais precisamente Paris, passou a ser o centro das atividades artísticas. O barroco abriu caminho para o estilo de caráter eminentemente decorativo; o estilo hoje chamado rococó. Este estilo foi se encaminhando cada vez mais para a mera frivolidade decorativa. Nesse meio tempo, surgiam pintores que, inspirados pela Revolução Francesa, fundaram as bases para o romantismo e o neoclassicismo. Tal período artístico deu-se no final do Século 18. 
O Romantismo caracterizou-se basicamente pela representação mais subjetiva e emocional da realidade, incluindo a reapresentação de visões pessoais. O escritor e gravador William Blake explorou o mundo da imaginação mítica, enquanto Eugene Delacroix buscou a representação do imaginário exótico das terras distantes, assim como do poder primitivo dos animais e de imagens veiculadas à tragédia. Já o espanhol Francisco de Goya buscava explorar a face destrutiva e obscura da natureza humana. 
Com o Século 19, surgiram novos ideais estéticos e artísticos. A obra de arte passou a ser encarada como instrumento de denúncia da realidade social, desafiando a estética subjetiva romântica com a representação de caráter eminentemente objetivo. Um dos primeiros representantes dessa nova perspectiva artística na pintura francesa foi Gustave Coubert, cuja obra é marcada pela constante representação de figuras de extração popular. A concepção artística assumiu uma postura de preocupação com o desmascaramento dos fatos sociais.

21 de março de 2013

BARROCO



A arte barroca originou-se na Itália (séc. XVII) mas não tardou a irradiar-se por outros países da Europa e a chegar também ao continente americano, trazida pelos colonizadores portugueses e espanhóis. As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o sentimento e a razão ou entre a arte e a ciência, que os artistas renascentistas procuram realizar de forma muito consciente; na arte barroca predominam as emoções e não o racionalismo da arte renascentista. 


É uma época de conflitos espirituais e religiosos. O homem se coloca em constante dualismo: Paganismo X Cristianismo e Espírito X Matéria.


Suas características gerais são:


* emocional sobre o racional;
* busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas, contracurvas, colunas retorcidas;
* entrelaçamento entre a arquitetura e escultura;
* violentos contrastes de luz e sombra;
* pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a impressão de ver o céu, tal a aparência de profundidade conseguida.


Características da pintura barroca:

* Composição em diagonal

* Acentuado contraste de claro-escuro (expressão dos sentimentos)
* Realista, abrangendo todas as camadas sociais


Dentre os pintores barrocos italianos:

Caravaggio - o que melhor caracteriza a sua pintura é o modo revolucionário como ele usa a luz. Ela não aparece como reflexo da luz solar, mas é criada intencionalmente pelo artista, para dirigir a atenção do observador. 

Andrea Pozzo - realizou grandes composições de perspectiva nas pinturas dos tetos das igrejas barrocas, causando a ilusão de que as paredes e colunas da igreja continuam no teto, e de que este se abre para o céu, de onde santos e anjos convidam os homens para a santidade.


A Itália foi o centro irradiador do estilo barroco. Dentre os pintores mais representativos, de outros países da Europa, temos:


Velázquez - além de retratar as pessoas da corte espanhola do século XVII procurou registrar em seus quadros também os tipos populares do seu país, documentando o dia-a-dia do povo espanhol num dado momento da história. 

Rubens (espanhol) - além de um colorista vibrante, se notabilizou por criar cenas que sugerem, a partir das linhas contorcidas dos corpos e das pregas das roupas, um intenso movimento. Em seus quadros, é geralmente, no vestuário que se localizam as cores quentes - o vermelho, o verde e o amarelo - que contrabalançam a luminosidade da pele clara das figuras humanas. 

Rembrandt (holandês) - o que dirige nossa atenção nos quadros deste pintor não é propriamente o contraste entre luz e sombra, mas a gradação da claridade, os meios-tons, as penumbras que envolvem áreas de luminosidade mais intensa.





Na escultura predominam as linhas curvas, os drapeados das vestes e o uso do dourado. Os gestos e os rostos das personagens revelam emoções violentas e atingem uma dramaticidade desconhecida no Renascimento.

Bernini - arquiteto, urbanista, decorador e escultor, algumas de suas obras serviram de elementos decorativos das igrejas, como, por exemplo, o baldaquino e a cadeira de São Pedro, ambos na Basílica de São Pedro, no Vaticano.


Obra destacada: A Praça de São Pedro, Vaticano e o Êxtase de Santa Teresa. 

Barroco: termo de origem espanhola ‘Barrueco’, aplicado para designar pérolas de forma irregular. 



18 de março de 2013

RENASCENÇA



O termo Renascimento é comumente aplicado à civilização européia que se desenvolveu entre 1300 e 1650. Além de reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis realizações no campo das artes, da literatura e das ciências, que superaram a herança clássica. O ideal do humanismo foi sem duvida o móvel desse progresso e tornou-se o próprio espírito do Renascimento. Num sentido amplo, esse ideal pode ser entendido como a valorização do homem (Humanismo) e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, conceitos que haviam impregnado a cultura da Idade Média.

Características gerais: 


* Racionalidade 
* Dignidade do Ser Humano 
* Rigor Científico 
* Ideal Humanista 
* Reutilização das artes greco-romana
* A escultura e a pintura se desprendem da arquitetura e passam a ser autônomas 




As principais características da pintura são:

* Perspectiva: arte de figura, no desenho ou pintura, as diversas distâncias e proporções que têm entre si os objetos vistos à distância, segundo os princípios da matemática e da geometria.
* Uso do claro-escuro: pintar algumas áreas iluminadas e outras na sombra, esse jogo de contrastes reforça a sugestão de volume dos corpos.
* Realismo: o artistas do Renascimento não vê mais o homem como simples observador do mundo que expressa a grandeza de Deus, mas como a expressão mais grandiosa do próprio Deus. E o mundo é pensado como uma realidade a ser compreendida cientificamente, e não apenas admirada.
* Inicia-se o uso da tela e da tinta à óleo.

Outra característica da arte do Renascimento, em especial da pintura, foi o surgimento de artistas com um estilo pessoal, diferente dos demais, já que o período é marcado pelo ideal de liberdade e, consequentemente, pelo individualismo.

Os principais pintores foram: 


Botticelli - os temas de seus quadros foram escolhidos segundo a possibilidade que lhe proporcionavam de expressar seu ideal de beleza. Para ele, a beleza estava associada ao ideal cristão. Por isso, as figuras humanas de seus quadros são belas porque manifestam a graça divina, e, ao mesmo tempo, melancólicas porque supõem que perderam esse dom de Deus. 
Obras destacadas: A Primavera e O Nascimento de Vênus.


Leonardo da Vinci - ele dominou com sabedoria um jogo expressivo de luz e sombra, gerador de uma atmosfera que parte da realidade mas estimula a imaginação do observador. Foi possuidor de um espírito versátil que o tornou capaz de pesquisar e realizar trabalhos em diversos campos do conhecimento humano. 

Obras destacadas: A Virgem dos Rochedos e Monalisa.


Michelângelo - entre 1508 e 1512 trabalhou na pintura do teto da Capela Sistina, no Vaticano. Para essa capela, concebeu e realizou grande número de cenas do Antigo Testamento. Dentre tantas que expressam a genialidade do artista, uma particularmente representativa é a criação do homem. 

Obras destacadas: Teto da Capela Sistina e a Sagrada Família


Rafael - suas obras comunicam ao observador um sentimento de ordem e segurança, pois os elementos que compõem seus quadros são dispostos em espaços amplo, claros e de acordo com uma simetria equilibrada. Foi considerado grande pintor de “Madonas”. 

Obras destacadas: A Escola de Atenas e Madona da Manhã.





Principais Características da escultura:

* Buscavam representar o homem tal como ele é na realidade 
* Proporção da figura mantendo a sua relação com a realidade 
* Profundidade e perspectiva 
* Estudo do corpo e do caráter humano


Na arquitetura renascentista, a ocupação do espaço pelo edifício baseia-se em relações matemáticas estabelecidas de tal forma que o observador possa compreender a lei que o organiza, de qualquer ponto em que se coloque.
“Já não é o edifício que possui o homem, mas este que, aprendendo a lei simples do espaço, possui o segredo do edifício” (Bruno Zevi, Saber Ver a Arquitetura)

Principais características:

* Ordens Arquitetônicas 
* Arcos de Volta-Perfeita 
* Simplicidade na construção

*Construções; palácios, igrejas, vilas (casa de descanso fora da cidade), fortalezas (funções militares)

O principal arquiteto renascentista:

Brunelleschi - é um exemplo de artista completo renascentista, pois foi pintor, escultor e arquiteto. Além de dominar conhecimentos de Matemática, Geometria e de ser grande conhecedor da poesia de Dante. Foi como construtor, porém, que realizou seus mais importantes trabalhos, entre eles a cúpula da catedral de Florença e a Capela Pazzi.


- A Capela Sistina foi construída por ordem de Sisto IV (retangular 40 x 13 x 20 altura). E é na própria Capela que se faz o Conclave: reunião com os cardeais após a morte do Papa para proceder a eleição do próximo. Lareira que produz fumaça negra - que o Papa ainda não foi escolhido; fumaça branca - que o Papa acaba de ser escolhido, avisa o povo na Praça de São Pedro, no Vaticano 


- Michelângelo dominou a escultura e o desenho do corpo humano maravilhosamente bem, pois tendo dissecado cadáveres por muito tempo, assim como Leonardo da Vinci, sabia exatamente a posição de cada músculo, cada tendão, cada veia. 

- Além de pintor, Leonardo da Vinci, foi grande inventor. Dentre as suas invenções estão: “Parafuso Aéreo”, primitiva versão do helicóptero, a ponte elevadiça, o escafandro, um modelo de asa-delta, etc.


- Quando deparamos com o quadro da famosa MONALISA não conseguimos desgrudar os olhos do seu olhar, parece que ele nos persegue. Por que acontece isso? Será que seus olhos podem se mexer? Este quadro foi pintado, pelo famoso artista e inventor italiano Leonardo da Vinci (1452-1519) e qual será o truque que ele usou para dar esse efeito? Quando se pinta uma pessoa olhando para a frente (olhando diretamente para o espectador) tem-se a impressão que o personagem do quadro fixa seu olhar em todos. Isso acontece porque os quadros são lisos. Se olharmos para a Monalisa de um ou de outro lado estaremos vendo-a sempre com os olhos e a ponta do nariz para a frente e não poderemos ver o lado do seu rosto. Aí está o truque em qualquer ângulo que se olhe a Monalisa a veremos sempre de frente.

11 de março de 2013


ARTE GÓTICA

O estilo Gótico desenvolveu-se na Europa, principalmente na França, durante a Baixa Idade Média e é identificado como a Arte das Catedrais. A partir do século XII a França conheceu transformações importantes, caracterizadas pelo desenvolvimento comercial e urbano e pela centralização política, elementos que marcam o início da crise do sistema feudal. No entanto, o movimento da arraigada cultura religiosa e o movimento cruzadista preservavam o papel da Igreja na sociedade.

Enquanto a Arte Românica tem um caráter religioso tomando os mosteiros como referência, a Arte Gótica reflete o desenvolvimento das cidades. Porém deve-se entender o desenvolvimento da época ainda preso à religiosidade, que nesse período se transforma com a escolástica, contribuindo para o desenvolvimento racional das ciências, tendo Deus como elemento supremo. Dessa maneira percebe uma renovação das formas, caracterizada pela verticalidade e por maior exatidão em seus traços, porém com o objetivo de expressar a harmonia divina.

O termo Gótico foi utilizado pelos italianos renascentistas, que consideravam a Idade Média como a idade das trevas, época de bárbaros, e como para eles os godos eram o povo bárbaro mais conhecido, utilizaram a expressão gótica para designar o que até então chamava-se “Arte Francesa ”.

ARQUITETURA


A arquitetura foi a principal expressão da Arte Gótica e propagou-se por diversas regiões da Europa, principalmente com as construções de imponentes igrejas. Apoiava-se nos princípios de um forte simbolismo teológico, fruto do mais puro pensamento escolástico: as paredes eram a base espiritual da Igreja, os pilares representavam os santos, e os arcos eram os nervos - o caminho para Deus. Além disso, nos vitrais pintados e decorados se ensinava ao povo, por meio da mágica luminosidade de suas cores, as histórias e relatos contidos nas Sagradas Escrituras.

Do ponto de vista material, a construção gótica, de modo geral, se diferenciou pela elevação e desmaterialização das paredes, assim como pela especial distribuição da luz no espaço. Tudo isso foi possível graças a duas das inovações arquitetônicas mais importantes desse período: o arco em ponta, responsável pela elevação vertical do edifício, e a abóbada cruzada, que veio permitir a cobertura de espaços quadrados, curvos ou irregulares. No entanto, ainda considera-se o arco de ogiva como a característica marcante deste estilo.

A primeira das catedrais construídas em estilo gótico puro foi a de Saint-Denis, em Paris, e a partir desta, dezenas de construções com as mesmas características serão erguidas em toda a França. A construção de uma Catedral passou a representar a grandeza da cidade, onde os recursos eram obtidos das mais variadas formas, normalmente fruto das contribuições dos fiéis, tanto membros da burguesia como das camadas populares; normalmente as obras duravam algumas décadas, algumas mais de século.



ESCULTURA
A escultura gótica desenvolveu-se paralelamente à arquitetura das Igrejas e está presente nas fachadas, tímpanos e portais das catedrais, que foram o espaço ideal para sua realização. Caracterizou-se por um calculado naturalismo que, mais do que as formas da realidade, procurou expressar a beleza ideal do divino; no entanto a escultura pode ser vista como um complemento à arquitetura, na medida em que a maior parte das obras foi desenvolvida separadamente e depois colocadas no interior das Igrejas, não fazendo parte necessariamente da estrutura arquitetônica.


A princípio as estátuas eram alongadas e não possuíam qualquer movimento, com um acentuado predomínio da verticalidade, o que praticamente as fazia desaparecer. A rejeição à frontalidade é considerado um aspecto inovador e a rotação das figuras passa a ideia de movimento, quebrando o rigorismo formal.

As figuras vão adquirindo naturalidade e dinamismo, as formas se tornam arredondadas, a expressão do rosto se acentua e aparecem as primeiras cenas de diálogo nos portais.




PINTURA

A pintura gótica desenvolveu-se nos séculos XII, XIV e no início do século XV, quando começou a ganhar novas características que prenunciam o Renascimento. Sua principal particularidade foi a procura do realismo na representação dos seres que compunham as obras pintadas.

A pintura teve um papel importante na arte gótica pois pretendeu transmitir não apenas as cenas tradicionais que marcam a religião, mas a leveza e a pureza da religiosidade, com o nítido objetivo de emocionar o expectador. Caracterizada pelo naturalismo e pelo simbolismo, utilizou-se principalmente de cores claras


 

 

 

 

 

















10 de março de 2013

UM CICLO QUE SE ENCERRA




Em 26 de julho de 2012 a ARTE DEMAIS fez sua estreia em Gravatá, enquanto espaço material,  quando almejava tornar-se ponto de encontro de artistas, amigos e todos que amam a arte.
Durante este período realizou 6 encontros por nós denominados “CHÁ, TORRADAS, MÚSICA E POESIA”. Nestes encontros contou sempre com a colaboração e participação do ator e professor Paulo Assis, nos brindando com sua capacidade interpretativa, com seu humor, com sua carga dramática; junto a ele os seus alunos, mostrando seu talento na difícil obra de Nelson Rodrigues.
Na música, também em todos os encontros, o cantor e compositor Don Tronxo compareceu dando uma “canjinha”.
Nossa ideia era lançar as sementes, jogar a ideia, para que os jovens de Gravatá pudessem cultivar.
Nosso trabalho foi feito.
Disponibilizamos um espaço para apresentações, cursos e eventos.
Procuramos despertar o gosto pela poesia, pela música, pelo teatro, pelas artes plásticas.
Apresentamos, além de Nelson Rodrigues, Fernando Pessoa, Clarice Lispector, Cecilia Meireles, Cora Coralina, Florbela Espanca, Patativa do Assaré, Jessier Quirino, Oliveira do Cordel, prestando nossa homenagem, como também à escritora pernambucana Zilda Fonseca e ao jornalista gravataense Ricardo Carvalho.
Tivemos mostra permanente do artesão Pinho e suas camisetas de estampas exclusivas, do artista plástico e professor Géber Accioly, com suas mandalas e esculturas em papel machê e cerâmica vitrificada, da artista plástica Eleonora Fonseca, também com mandalas em MDF e telas abstratas, do artista plástico gravataense Cícero Terra, com seu belo trabalho de pintura com terra sobre materiais reciclados, e de Logan que vem seguindo os passos de seu mestre na arte ecologicamente correta.
A ARTE DEMAIS é um aspecto do Projeto Cores, Formas, Gestos e Sons. Este um projeto dinâmico e itinerante que existe há mais de 10 anos, tendo se materializado em Recife, Paulista, Aldeia (Camaragibe) e que finaliza sua atuação material nesta cidade.
Com as sementes lançadas, esperamos que possam germinar em novos projetos e ideias criativas assim como soube tão bem fazer o ator Paulo Assis, com a criação da CIA FAÇO TEATRO. A Cia Faço Teatro germinou e vem crescendo, tornando-se apta a dar seus próprios passos, caminhando rumo ao sucesso.
Que possam criar raízes sólidas e frutificar para o engrandecimento da cultura local e da arte como um todo.
Agradecemos ao ex secretário de turismo Ricardo Guerra, ao poeta Érico Veríssimo, aos músicos Sonia Sinimbu, Mauricio Menezes, Albert Douglas, Elton Eduardo, Jarbas Travassos, que por aqui passaram soltando sua voz ou  deixando seu recado.
Por fim nosso maior agradecimento ao empresário Alfredo Vieira, diretor da RT INFORMÁTICA, que comprou nossa ideia nos cedendo o espaço durante todo esse tempo,  para podermos realizar nosso sonho.
A vida é feita de ciclos e neste momento mais um é concluído.
A ARTE DEMAIS continua na sua trajetória virtual e itinerante, despertando, instigando, orientando, ensinando, questionando e estimulando.
Que um novo tempo artístico possa chegar a Gravatá. Que a população desperte para a importância da arte no desenvolvimento pessoal e social da comunidade.
A arte harmoniza, equilibra, reabilita, embeleza, eleva. É meio e ponte para a evolução espiritual, mas também pode se tornar um fim para o crescimento material.
Esperamos ter cumprido com nossa missão.
Gratidão a todos,
Eleonora Fonseca

6 de março de 2013

O Gótico







        Os templos católicos de estilo gótico construídos na Idade Média revelam toda a magia dos ocultistas e sociedades secretas da época.
Os sinais cabalísticos estão por toda a parte: nas altas colunas de mármore, nos capitéis, nos arcos, nos altares. Eles contam a história da construção das catedrais góticas — símbolos da religiosidade católica, mas também dos mais profundos mistérios da magia que imperava na Idade Média.
Estão ali rastros dos druidas (sacerdotes celtas que reverenciavam as florestas como divindades), visíveis na arquitetura que lembra um bosque petrificado. Estão também nas rosáceas - um dos mais importantes símbolos da ordem dos cavaleiros templários e dos maçons – desenhadas nos vitrais. Estão ali ainda os signos do zodíaco — prova de que a astrologia era admitida pelos papas da Igreja da época.
Enfim, Notre Dame, Chartres, Amien, Colônia e Duomo de Milão podem ser vistas como gigantescos livros de pedra, cuja leitura exige não só uma boa dose de conhecimento esotérico mas a capacidade de ver além da realidade.
Até a adoção do estilo gótico — que surgiu no início do milênio, no norte da França, e rapidamente se espalhou pela Itália, Alemanha, Inglaterra, Espanha e Áustria — os templos católicos eram erguidos segundo os princípios românicos: escuros como cavernas. Todo o seu peso se apoiava em suas largas paredes. Já as catedrais góticas são claras, exuberantes e sua sustentação está nas abóbadas. O gótico representa a verticalização da fé e convida a uma união com a divindade. Seus elementos seriam o fogo e o ar, que evocam a purificação iniciática e a elevação espiritual. Eles estão expressos em vitrais, torres e nas rosáceas vermelhas, cujas formas lembram labaredas.
A intenção dos arquitetos ao pintar as rosáceas era fazer com que a luminosidade criasse a sensação de um fogo iniciático, durante as vésperas e na hora mariana (horários canônicos correspondentes a 6 e 18 horas). Consideradas pantáculos (espécies de talismã) do cristianismo, as rosáceas são a principal fonte de entrada de luz no interior das catedrais góticas. Geralmente, há duas delas nas laterais e uma sobre a entrada principal — para os ocultistas, esta última rosácea é a fronteira entre o sagrado e o profano.
Na verdade, as rosáceas funcionam como um mapa das tradições que são transmitidas há séculos aos iniciados. "Uma das chaves para sua interpretação são as suas cores, as mesmas do arco-íris — um símbolo da aliança de Deus com o homem, no fim do dilúvio", diz o pesquisador Leo Reisler.
Também os alquimistas dão grande importância a esse elemento da arquitetura gótica. Até o final da Idade Média, a rosácea central era chamada de A Roda, que na alquimia significa o tempo necessário para o fogo agir sobre a matéria, transmutando-a. Essa visão é reforçada pelo esquema de incidência de luz sobre elas. A rosácea da lateral esquerda, por exemplo, nunca é iluminada pelo sol. É a cor negra, a matéria em seu estado bruto, a morte. Já a da direita, irradia, ao sol do meio-dia, uma luminosidade branca — a cor das vestes do iniciado que acaba de abandonar as trevas. Finalmente, a rosácea central, ao receber a luz do pôr-do-sol, parece incendiar-se, e banha o templo com um tom rubro, sinônimo da perfeição absoluta, da predominância do espírito sobre a matéria.




De acordo com mapeamento feito pelo pensador católico Bernard Clairveaux, fundador da Ordem Cisterciense, de monges beneditinos, as catedrais góticas ficam próximas de antigos menires (pedras sagradas), consideradas como centros de energia do mundo. Também a estrutura das catedrais góticas não parece resultado de simples cálculos arquitetônicos. De acordo com Fulcanelli, o grande alquimista que nos anos vinte escreveu O Mistério das Catedrais, o plano dessas igrejas tem a forma de uma cruz latina estendida no solo.
Na alquimia, essa cruz é símbolo do crisol, ou seja, do ponto em que a matéria perde suas características iniciais para se transmutar em outra completamente diferente. Nesse caso, a igreja teria então o objetivo iniciático de fazer com que o homem comum, ao penetrar em seus mistérios, renascesse para uma nova forma de existência, mais espiritualizada. Ainda segundo Fulcanelli, essa intenção é reforçada pelo fato de a entrada desses templos estar sempre voltada para o Ocidente.
Assim, ao se caminhar na direção do santuário, volta-se obrigatoriamente para o Oriente, o lugar onde nasce o sol, ou seja, sai-se das trevas e ruma-se para a Luz, em direção ao berço das grandes tradições espirituais. Esse convite à iniciação está presente até mesmo no piso, em que costuma haver a representação de um labirinto. Chamados de Labirintos de Salomão (rei bíblico, símbolo da sabedoria) eles costumam se localizar num ponto em que a nave (o espaço que vai da entrada do templo ao santuário) e os transeptos (os braços da cruz) se unem. Seu sentido alquímico é o mesmo do mito grego de Teseu, o herói que entra num labirinto a fim de combater o Minotauro. Após vencer o monstro - metade homem, metade touro - consegue voltar, graças ao fio que sua esposa Ariadne (aranha) lhe dera.
Filosoficamente, os labirintos são os caminhos que o homem percorre em sua vida: cedo ou tarde ele entrará em contato com seu monstro interior, isto é, seus defeitos de caráter. Quem consegue combater e vencer as próprias imperfeições (o Minotauro) e possui o fio de Ariadne (símbolo do conhecimento iniciático) consegue efetivamente ver a verdadeira Luz. Em Amiens, norte da França, essa alegoria torna-se clara, graças à existência de uma grande laje na qual se esculpiu um sol em ouro bem no centro do labirinto. Já em Chartres, havia antigamente uma pintura que mostrava todo o mito de Teseu.
Talvez o mais intrigante de todos os mistérios que envolvem a construção das catedrais é que nenhuma delas possui um autor, alguém que assine o projeto. Até hoje, o único tipo de identificação encontrado são marcas gravadas nas pedras. Essas marcas representam geralmente instrumentos de trabalho estilizados, como martelos e compassos, e era um tipo de registro profissional, que o mestre-de-obras usava para controlar o trabalho de cada um de seus obreiros.
Todo artesão possuía uma marca própria, que passava de pai para filho, de mestre para discípulo. Em função de guerras, pestes e outros flagelos, muitas vezes as obras das igrejas ficavam temporariamente interrompidas, e os trabalhadores viajavam, oferecendo seus serviços em outras cidades e países. Ganharam, assim, o nome de franc-maçons, ou pedreiros livres, cujas associações acabaram resultando na Maçonaria. Mas esta, embora detenha antigos conhecimentos esotéricos, se consolidou como ordem iniciática apenas em 1792.
Se a busca dos idealizadores do gótico ainda permanece um enigma, o estudo da origem da expressão 'arte gótica' apenas reforça a idéia de que sua inspiração é totalmente mística. Estudos etimológicos remetem às palavras gregas goés-goéts, de bruxo, bruxaria, que sugere a idéia de uma arte mágica. O alquimista Fulcanelli prefere associar 'arte gótica' a argot, que significa idioma particular, oculto, uma espécie de cabala falada, cujos praticantes seriam os argotiers (argóticos), descendentes dos argonautas. No mito grego de Jasão, eles dirigiam o navio Argos, viajando em busca do Tosão de Ouro. Jasão teria sido um grande mestre, que iniciava seus discípulos nos mistérios egípcios, inclusive na geometria sagrada, que é uma das chaves da arquitetura gótica.
Prova dessa herança egípcia está no fato de os construtores góticos disporem os símbolos que aparecem nos entalhes, nas estátuas, nos medalhões e vitrais de maneira que obedeçam sempre a uma seqüência que torna inevitável a associação de uns com os outros. Trata-se de um recurso egípcio de memorização que permite a apreensão de um grande número de informações, pois somos, sem perceber, levados a relacionar cada coisa ao local onde ela se encontra.

 

1ª Avaliação dos alunos do Curso de Teatro


1 de março de 2013

ARTE ROMÂNICA




     A arte românica, desenvolveu-se desde o século XI até o início do século XIII, período caracterizado pela crise do sistema feudal. No entanto, a Igreja ainda conservava grande poder e influência, determinando a produção cultural e artística desse período, cuja representação típica são as basílicas. A arte deste período passa a ser encarada como uma extensão do serviço divino e uma oferenda à divindade.  Numa época em que poucas pessoas sabiam ler, a Igreja recorria à pintura e à escultura para narrar histórias bíblicas ou comunicar valores religiosos aos fiéis. Não podemos estudá-las desassociadas da arquitetura.






As características mais significativas da arquitetura românica são:

* abóbadas em substituição ao telhado das basílicas;
* pilares maciços que sustentavam  paredes espessas;
* aberturas raras e estreitas usadas como janelas;
* torres que aparecem no cruzamento das naves ou na fachada; 
* arcos que são formados por 180 graus.

A primeira coisa que chama a atenção nas igrejas românicas é o seu tamanho. Elas são sempre grandes e sólidas. Daí serem chamadas: fortalezas de Deus. A explicação mais aceita para as formas volumosas, estilizadas e duras dessas igrejas é o fato da arte românica não ser fruto do gosto refinado da nobreza nem das idéias desenvolvidas nos centros urbanos, é um estilo essencialmente clerical.




O termo “Românico” é uma referência às influências da cultura do Império Romano, que havia dominado durante séculos quase toda a Europa Ocidental, porém essa unidade já há muito havia sido rompida desde a invasão dos povos bárbaros. Apesar de línguas e tradições diferenciadas nas várias regiões europeias e da fragmentação do poder entre os senhores feudais, o elemento religioso manteve a ideia de unidade na Europa e a arte Românica reforça essa unidade. Esse foi ainda um período de início do desenvolvimento comercial e de peregrinações, favorecendo a difusão dos novos modelos.


Durante a Idade Média os mosteiros tornaram-se os centros culturais da Europa, onde a ciência, a arte e a literatura estavam centralizados.

Os monges beneditinos foram os primeiros a propor em suas construções as formas originais do românico. Surge assim uma arquitetura abobadada, de paredes sólidas e delicadas colunas terminadas em capitéis cúbicos. Os mosteiros eram na verdade unidades independentes e dessa forma estruturaram-se segundo necessidades particulares.





Foi, portanto, nas igrejas que o estilo românico se desenvolveu em toda a sua plenitude. Eram os próprios religiosos que comandavam as construções a partir do conhecimento monástico. Suas formas básicas são facilmente identificáveis: a fachada é formada por um corpo cúbico central, com duas torres de vários pavimentos nas laterais, finalizadas por tetos em coifa. Nesse estilo destacam-se a abadia de Mont Saint-Michel na França e a catedral de Speyer, na Alemanha.


Fonte: O Mundo da Arte, Enciclopédia das Artes Plásticas em Todos os Tempos - tiragem especial da ENCYCLOPAEDIA BRITANNICA.